Dessa vez deixei a Itália de carro pelo norte, na verdade a minha chegada e saída foram por Brescia, cidade dos meus amados amigos, Marlene e Giacomo.
Brescia é uma cidade ou paese como é chamado aqui, muito importante, por sua cultura e beleza. Dona de três lagos de tanta beleza, que nos dá o desejo de não mais deixa-los. São eles, Garda, Idro e Iseo. Não dá pra explicar, só mesmo visitando essa maravilha. Cada qual guarda sua peculiaridade. Tive a oportunidade de estar nos três, e o acordar em cada um deles, era como despertar para um sonho lindo. Fizemos picnic a moda Italiana, em uma paisagem infinita. Conheci cada pedacinho, vivendo a cultura local e me deliciando com a rica culinária.
Todos os lagos são limitados por montanhas altíssimas, criando um visual inimaginável. Sendo diferenciados pelas suas paisagens que se transforma em Alpina no Lago Di Idro.
Brescia conquistou meu coração por sua beleza e história. História de um povo literalmente guerreiro, que empunhou armas contra potências, para defender seu paese. Quero deixar aqui a minha saudade, o meu muito obrigada aos amados amigos que com todo charme em sua Vespa, nos mostraram toda a exuberância do seu paese, e a certeza de que em breve voltarei. E vocês não deixem de conhecer Brescia na próxima vinda à Itália, porque sua viagem ficará marcada para sempre.
Agora um pouco da história de Brescia contada por Marlene Monturil
Entre as colinas, os Alpes e o Vale Padano ( terra do maravilhoso Grana Padano hummmm), se pode admirar a cidade de Brescia. Habitada desde a idade do bronze, pelos Ligúrios, depois pelos Etruscos e no final do VII século a.c pelos Celtas, no 27 a.c. Brixia conquistou o título de colônia romana. No declínio do Império Romano virou capital de um ducado Longobardo ( VII sec. d.c.) com o rei Desiderio que fundou o Monasterio de San Salvatore ( hoje Museu Santa Giulia). Nos seus chiostros Alessandro Manzoni ( importante escritor italiano) ambientou a tragedia Adelchi, narrando sobre Ermengarda, a infeliz filha do rei que foi dada como esposa a Carlo Magno rei dos Francos, que depois conquistou a cidade.
Em torno do ano 1000, Brescia se tornou um comune livre e participou da batalha de Legnano contra Federico Barbarossa. Naquele período um cidadão , o frade Arnaldo da Brescia, foi queimado no fogo como herege em quanto opositor da alta corrupção do Clero. Depois do ano 200 a cidade foi objeto de disputa entre Milão e Veneza. Em 1438 os milaneses invadiram a cidade e segundo a tradiçao, apareceu o Santo patrono Faustino e Giovita, que colocaram em fuga os soldados inimigos.
Em 1512 também as tropas dos franceses de Gastone de Foix invadiram Brescia. Nesse seculo os pintores Foppa, Romanino, Moretto e Savoldo criaram as operas de arte mais famosas do Renascimento bresciano, conservadas na Pinacoteca Cívica e nas igrejas da cidade. No final do século XVIII as tropas francesas guiadas por Napoleão colocaram fim ao domínio da Serenissima (Veneza), Brescia fez parte da Republica Cisalpina e do reino da Italia. Com a queda de Napoleão a cidade entrou no domínio dos Asburgicose do Lombardo Veneto e, no periodo os habitantes de Brescia lutaram corajosamente contra os austríacos conquistando o titulo de Leonessa d’Italia. Depois da união do Reino italiano, o bresciano Giuseppe Zanardelli foi nomeado mais de uma vez ministro e chefe do governo (1901/1903).
Nos anos 30 como um exemplar modelo de modernização no centro da cidade , foi inaugurado a Piazza della Vittoria, significativa testemunha da tendência urbanística do regime fascista. Depois da II guerra mundial, teve inicio uma grande evolução industrial que colocou Brescia entre as mais importantes cidades econômicas da Itália.
Giovanni Battista Montini Papa Paolo VI, foi um ilustre cidadão de Brescia. Na era contemporânea a parte sul da cidade denominada “Brescia duas” que representa um moderníssimo avanço para o futuro!
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