Acordar bem cedo, já com o desejo de pegar o IPad e disparar um bom dia, que será visto nos quatro cantos do mundo (isso é real), era na minha infância e adolescência, pura utopia. Ela é a própria contrariedade ao mundo real, gerada por pensamentos de idealizações, de vida maravilhosa, amores perfeitos, futuro consagrado e muitos outros. Otimista sempre, mas absurdamente irreal desejar que tudo fosse como gostaríamos. Mas se o IPad se materializou, então praticar o utopismo, pode dar certo. Sonhar em ver nossos desejos materializados no futuro é possível. Encontrar alguém maravilhoso, cheio de fantásticos pensamentos e sonhos utópicos, não é utopia. Não sei…sinto que muito do que sonho, parece fugir de mim o tempo todo. Como se eu corresse atrás e ele se afastasse, como se todas as vezes que pensei poder tocá-lo, desse pulos e saísse voando. Será que a utopia só serve mesmo, para nos manter vivos e sempre em movimento de busca? Talvez…essa dualidade do desejo, com um lugar paradisíaco e que está sempre, em um mundo imaginário e irreal, pode bem ser irrealizável. Não. A utopia se move, e com ela, o mundo. É dos sonhos e das buscas incessantes por eles, que o homem, cria, evolui, revoluciona o social, inventa e constrói a cada dia uma nova história. Parece uma mola propulsora com grande excedente utópico armazenado, que nos faz retomar os sonhos e imaginações, a cada conquista alcançada. Busca, busca e busca de um desafio, que quando alcançado, nunca será satisfatório e nos fará utópicos novamente. É nesse ciclo, que experimentamos as amizades, as conquistas e os amores que nos fazem crer, que a busca nunca foi em vão, e que a utopia deverá sempre ser tratada como poesia! Temos o total direito de sermos seres capazes de buscar, encontrar os sonhos, e recusá-los quando alcançados.
AF
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